quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Anos 80: " Todos os Nº1 do Top Britânico "

A rúbrica Todos os Nº1 do Top Britânico dos Anos 80 está de volta. Depois do ano de 1980, é a vez de passar em retrospectiva o ano de 1981, que começa como terminou o ano anterior com St Winifred´s School Choir. Destaque logo no início do ano para John Lennon, com os singles Imagine e Woman a manterem-se no topo por seis semanas consecutivas, facto ao qual não foi alheio a morte do músico um mês antes. Jealous Guy, original de Lennon, mas desta vez interpretado pelos Roxy Music, conseguiria idêntico feito um mês depois. Mas a maior curiosidade terá sido provavelmente o Nº1 de Julio Iglesias a 5 de Dezembro, bem como o inesperado êxito de Shaddap You Face do norte-americano Joe Dolce. De resto os chart toppers habituais para consumo interno, como o rockabilly Shakin´ Stevens (This Ole House e Green Door) e os piratas do rock Adam and The Ants (Stand and Deliver e Prince Charming), ambos com dois Nº1. Por esta altura Michael Jackson ainda não se tinha tornado no rei da pop, os The Human League começavam a ser conhecidos do grande público e os Soft Cell estreavam-se em grande. O ano de 1981 também correu bem para os consagrados The Police, Queen e David Bowie, ao mesmo tempo que os The Specials confirmavam o estatuto de estrelas do Ska-revival. Dave Stweart, já nos Eurythmics, vinha dos The Tourists juntamente com Annie Lennox e Aneka com o seu One Hit Wonder Japansese Boy não iria muito longe. Para terminar resta-nos Being With You do norte-americano Smokey Robinson, o segundo registo Soul deste ano a chegar a Nº1.

1981

  • There`s No One Quite Like Grandma - St Winifred´s School Choir (3 de Janeiro)
  • Imagine - John Lennon (10, 17, 24 e 31 de Janeiro)
  • Woman - John Lennon (7 e 14 de Fevereiro)
  • Shaddap You Face - Joe Dolce Music Theatre (21 e 28 de Fevereiro, 7 de Março)
  • Jealous Guy - Roxy Music (14 e 21 de Março)
  • This Ole House - Shakin´Stevens (28 de Março, 4 e 11 de Abril)
  • Making Your Mind Up - Bucks Fizz (18 e 25 de Abril, 2 de Maio)
  • Stand and Deliver - Adam and The Ants (9, 16, 23 e 30 de Maio, 6 de Junho)
  • Being With You - Smokey Robinson (13 e 20 de Junho)
  • One Day in Your Life - Michael Jackson (27 de Junho, 4 de Julho)
  • Ghost Town - The Specials (11, 18 e 25 de Julho)
  • Green Door - Shakin´ Stevens (1, 8, 15 e 22 de Agosto)
  • Japanese Boy - Aneka (29 de Agosto)
  • Tainted Love - Soft Cell (5 e 12 de Setembro)
  • Prince Charming - Adam and The Ants (19 e 26 de Setembro, 3 e 10 de Outubro)
  • It`s My Party - Dave Stewart and Barbara Gaskin (17, 24 e 31 de Outubro, 7 de Novembro)
  • Every Little Thing She Does Is Magic - The Police (14 de Novembro)
  • Under Pressure - Queen and David Bowie (21 e 28 de Novembro)
  • Begin The Beguine (Volver a Empezar) - Julio Iglesias (5 de Dezembro)
  • Don`t You Want Me - The Human League (12, 19 e 26 de Dezembro)

sábado, 27 de outubro de 2007

100% New Wave! - Japan - " Life in Tokio "

O mês de Outubro tem sido fértil no que respeita a novas rúbricas aqui no Eléctrico 80: Todos os Nº1 do Top Britânico (que brevemente terá novo post dedicado ao ano de 1981) e o Primeiro álbum de... Desta vez a novidade dá pelo nome de 100% New Wave!, que não é mais do que relembrar alguns momentos marcantes do período compreendido entre 1978 e 1984, sem dúvida, o período com o qual me indentifico mais, daí que esta rúbrica seja a primeira que faço a pensar mais nos meus gostos do que nos dos ilustres visitantes deste blog. Trata-se no entanto de um caso pontual porque acima de tudo o Eléctrico 80 é para quem o visita e menos de quem está por detrás do mesmo. O que não significa que não haja quem não goste de New Wave, existe desde a mais acessível (Duran Duran) à mais estranha (John Foxx) e da mais respeitável (Talking Heads) à mais descartável (Toni Basil). O meu problema é gostar de todos embora tente encontrar um equilíbrio e escolher apenas o mais importante em termos de relevância musical.
Quando comecei verdadeiramente a interessar-me por música já a New Wave estava nas últimas, embora nunca tenham deixado de existir bons e maus exemplos inspirados neste género do Rock. Nos tempos que correm temos assistido provavelmente ao maior e mais significativo ressurgimento da New Wave desde 1984. Todo o gosto e interesse que fui adquirindo levou-me a fazer muito trabalho de casa ao longo dos anos de forma a ficar minimamente conhecedor do género. Felizmente e como já referi o presente momento que estamos a atravessar remete muito para um passado em que a New Wave foi raínha, atrevendo-me mesmo a dizer que estamos perante uma segunda New Wave, dada a proliferação de bandas como Interpol, The Long Blondes, ou The Sounds, entre muitas outras.
Mas em termos musicais em que consistia a New Wave? - Em breves palavras encontrei esta definição no Allmusic Guide que diz o seguinte:

" New Wave was a catch-all term for the music that directly followed punk rock; often, the term encompassed punk itself, as well. In retrospect, it became clear that the music following punk could be divided, more or less, into two categories — post-punk and new wave. Where post-punk was arty, difficult, and challenging, new wave was pop music, pure and simple. It retained the fresh vigor and irreverence of punk music, as well as a fascination with electronics, style, and art. "

Aproveitando a recente vinda de David Sylvian a Portugal no passado dia 21 de Outubro ao Grande Auditório do CCB, onde apresentou a sua Tour 2007 The World Is Everything, recuamos um pouco no tempo à data em que Sylvian era vocalista dos Japan, uma das bandas emblemáticas deste período. É certo que a carreira do músico evoluiu noutras áreas com pouco ou nada a ver com o trabalho realizado nos Japan, prova do talento e ecletismo de Sylvian enquanto letrista e compositor. Mas como o passado não se apaga e o tema, bem como os tempos são de New Wave, recuemos ao ano de 1981 para recordar Life in Tokio, single que contou com a colaboração do produtor Giorgio Moroder.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Rádio Renascença: " Festa dos Anos 80! "

Realizou-se na passada Sexta-Feita, 19 de Outubro, no Buddha Bar em Lisboa a primeira Festa dos Anos 80 da Rádio Renascença. Depois do sucesso que foram as três festas da M80 do Verão Passado no Bar do Guincho, foi a vez da Renascença apostar neste formato, resultado: lotação esgotada! A próxima tem já data marcada e irá realizar-se na próxima Sexta-Feira na Discoteca Twins no Porto. Que a músca dos Anos 80 está na moda, já todos o sabemos há algum tempo. A partir do momento em que se percebeu que se podia fazer negócio à volta do tema, passou-se à prática: primeiro surgiram os programas de música dos Anos 80 em diversas rádios, depois uma rádio quase inteiramente dedicada aos eigthies. Mais recentemente surgiram as festas e no que respeita a eventos a coisa parece estar apenas no início.
Na impossibilidade de me deslocar ao Buddha Bar, contei com a precisosa colaboração de Pedro Rodrigues na elaboração deste post. Sem o seu prestável testemunho seria muito difícil descrever o que se passou em mais uma noite revivalista.
Com casa cheia estava dado o mote para que a noite corresse às mil maravilhas, a começar pelo brindes (Pins e Yo-Yos) colocados à disposição dos clientes. A decoração não fugiu ao que é habitual da casa, apenas destacando-se um expositor junto às escadas com algumas peças de colecção: uma capa do álbum Thriller de Michael Jackson, um Cubo Mágico e dois dos maiores gadgets dos Anos 80, um Spectrum 48K e um Walkman. Os empregados encontravam-se trajados com os adereços da época. A 10 € a entrada evitou-se o acesso de alguma clientela menos recomendável (uma das falhas da festa da M80), garantindo o bom ambiente pela noite dentro. Apesar das diversas faixas etárias presentes, predominaram os trintões, o que não é de estranhar já que se tratava de mais uma oportunidade de dançarem ao som das músicas que marcaram a sua adolescência e os tempos de escola.

Exposição de gadgets

O som esteve a cargo dos DJ`s Paulinho Coelho e Beethoven que não se esqueceram dos grandes êxitos pop/rock dos Anos 80, apostanto igualmente noutros temas menos batidos. Um dos pontos altos da noite aconteceu quando se fez ouvir o tema Viver a Vida Amor de José Cid, cantado em coro por todos os presentes. O único reparo a fazer tem a ver com algumas limitações do espaço (em termos de área) para a realização de um evento deste tipo. À medida que festas como esta se vão tornando cada vez mais populares, a adesão também vai aumentando e consequentemente a necessidade de espaços mais amplos. Fazendo um balanço final, penso que não será injusto atribuir a classificação de 4 de 0 a 5 (Bom), prova do sucesso do evento. Algumas arestas terão ainda de ser limadas de forma a que as próximas festas (seja quem for que as realize), nos proporcionem ainda mais e melhores momentos. Uma vez mais um agradecimento especial ao Pedro e à Célia, igualmente extensível a todos os que os acompanharam.

Perspectiva do ambiente da festa

sábado, 20 de outubro de 2007

Em 2004 a nostalgia de 80 era assim...

Apesar das limitações do panorama musical português, quer em termos de mercado quer em termos de talentos, por vezes surgem projectos bastante interessantes inspirados na sonoridade 80s. Tivemos o exemplo dos Post-Hit (já aqui falados a 18 de Agosto) e dos Lotto (brevemente no Electrico 80). Hoje o destaque vai para outra banda portuguesa oriunda de Gaia, que dá pelo nome de Plaza. Formados em 2003 por Simão Praça (ex-Turbojunkie), Quico Serrano (Produtor musical, ex-Três Tristes Tigres, Salada de Frutas e Frei Fado del Rei) e Paulo Praça (ex-Turbojunkie e Grace), editaram no ano seguinte o álbum Meeting Point. O single de apresentação ficou a cargo de Out (On the Radio), destacando-se também os temas In Fiction e July the 1st 1984. De acordo com o DN Online de 26/08/2005 " os Plaza misturaram a música de dança com as doses certas de electro-pop a lembrar os ambientes mais frenéticos da década de 80. O disco de estreia, Meeting Point, foi uma surpresa delicodoce no panorama musical português, numa espécie de revivalismo futurista com canções que oscilam entre as batidas kitsch (não confundir com descartáveis) e o sentido sonoro de obra-prima ". Palavras para quê...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O 1º álbum de... U2!

Este é o post nº50 do Eléctrico 80. Para um blog com dez meses pode não parecer muito (média de 5 posts por mês) comparando com alguns blogs que pretendem, acima de tudo, mostrar trabalho, em vez de qualidade. Dentro da minha disponibilidade tenho mantido a regularidade possível e não prevejo grandes alterações, a não ser as que digam respeito à intrudução de novas rúbricas, como é o caso do presente post. Iniciamos hoje " O 1º álbum de... ", que mais não é do que falar um pouco sobre álbuns de estreia, uns mais marcantes, outros a passarem mais despercebidos. A banda escolhida, U2, dispensa apresentações, já o álbum Boy... nem tanto. E porquê? Se há bandas ou artistas cujos primeiros álgums foram marcantes para a afirmação de carreiras, os U2, que hoje em dia estão na primeira divisão da música, em 1980, aquando do lançamento de Boy, nada previa que se tornassem no fenómeno (não apenas musical) que são hoje. Não estando a pôr em causa a qualidade do álbum de estreia, do qual resultaram excelentes temas como I Will Follow, Into the Heart, Out of Control, Stories for Boys ou A Day Without Me, o que é certo é que apesar da critica favorável não terá sido o " clic " para o sucesso imediato. O que por vezes não é o mais importante já que inícios de carreira fulgurantes rapidamente se esgotam em vazios criativos. A carreira dos irlandeses, pelo contrario, foi feita de passos seguros, culminando no mega-álbum The Joshua Tree, sete anos mais tarde. Prova de que o sucesso e o reconhecimento podem demorar... mas perduram. Voltando a Boy, estamos perante um bom registo rock marcado ainda pela atmosfera cinzenta do post-punk, com a guitarra de The Edge a voz de Bono a imporem-se. Produzido pelo consagrado Steve Lillywhite (Peter Gabriel, Morrisey, Big Country, Simple Minds, entre outros), Boy não conseguiu melhor do que um 52º lugar no top britânico. O single de apresentação I Will Follow, escrito por Bono na sequência do falecimento da sua mãe, falhou a presença na tabela de vendas britânica mas continua a ser um dos temas mais marcantes e preferidos dos fãs, o único tocado em todos os espectáculos realizados pela banda. Deixo-vos então com o primeiro video de I Will Follow...

1º Álbum - Boy - 1980
  1. I Will Follow
  2. Twilight
  3. An Cat Dubh
  4. Into The Heart
  5. Out Of Control
  6. Stories For Boys
  7. The Ocean
  8. A Day Without Me
  9. Another Time, Another Place
  10. The Electric Co.
  11. Shadows And Tall Tree

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Anos 80: " Todos os Nº1 do Top Britânico "

O Eléctrico 80 inicia hoje uma nova rúbrica intitulada " Todos os Nº1 do Top Britânico " a começar pelo ano de 1980. Sendo esta a tabela de vendas mais importante da Europa e a que mais directamente influencia os gostos musicais dos europeus, assume-se com determinante na formulação dos Tops de todos os outros países, apesar da concorrência feroz da tabela norte-americana que no últimos anos tem adquirido cada vez mais protagonismo em virtude da crescente popularidade do ressuscitado R&B. Como também referi no início deste blog, toda e qualquer referência ao desempenho nos Tops de determinado artista terá sempre como referência a tabela britânica, assim como todos os Nº1 dos Anos 80 de seguida apresentados. Alguns bastante populares, outros já praticamente esquecidos, mas todos fazendo parte da história da música desta década.

1980

  • Another Brick in the Wall - Pink Floyd (5 e 12 de Janeiro)
  • Brass in Pocket - The Pretenders (19 e 26 de Janeiro)
  • The Special A.K.A. Live EP - The Specials (1 e 9 de Fevereiro)
  • Coward of the County - Kenny Rogers (16 e 23 de Fevereiro)
  • Atomic - Blondie (1 e 8 de Março)
  • Together We Are Reautiful - Fern Kinney (15 de Março)
  • Going Undergroud - The Jam (22 e 29 de Março, 5 de Abril)
  • Working My Way Back to You - The Detroit Spinners (12 e 19 de Abril)
  • Call Me - Blondie (26 de Abril)
  • Geno - Dexy`s Midnight Runners (3 e 10 de Maio)
  • What`s Another Year - Johnny Logan (17 e 24 de Maio)
  • Theme From MASH (Suicide Is Painless) - Mash (31 de Maio, 7 e 14 de Junho)
  • Crying - Don McLean (21 e 28 de Junho, 5 de Julho)
  • Xanadu - Olivia Newton-John e ELO (12 e 19 de Julho)
  • Use It Up and Wear It Out - Odissey (26 de Julho, 2 de Agosto)
  • The Winner Takes It All - ABBA (9 e 16 de Agosto)
  • Ashes to Ashes - David Bowie (23 e 30 de Agosto)
  • Start - The Jam (6 de Setembro)
  • Feels Like I`m in Love - Kelly Marie (13 e 20 de Setembro)
  • Don`t Stand So Close to Me - The Police (27 de Setembro, 4, 11 e 18 de Outubro)
  • Woman in Love - Barbra Streisand (25 de Outubro, 1 e 8 de Novembro)
  • The Tide Is High - Blondie (15 e 22 de Novembro)
  • Super Trouper - ABBA (29 de Novembro, 6 e 13 de Dezembro)
  • (Just Like) Starting Over - John Lennon (20 de Dezembro)
  • There`s No One Quite Like Grandma - St Winifred´s School Choir (27 de Dezembro)
DESTAQUE

Autoamerican - 5º Álbum dos Blondie
3 singles Nº1 em 1980 (Atomic, Call Me e The Tide Is High)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

" 15 minutos de fama " - Paul Young

De volta aos 80s... a rúbrica " 15 minutos de fama " tem sido especialmente dedicada a nomes que viram a suas carreiras reconhecidas durante um período relativamente curto mas que, mesmo assim, conseguiram algo mais do que um mero " One Hit Wonder ". Andar meia dúzia de anos na ribalta nos Anos 80 já era um grande feito, pelo que contam-se pelos dedos os artistas ou bandas com carreiras longas. Os Starship foram os primeiros a inaugurar esta rúbrica, a 13 de Maio, seguido de Nik Kershaw a 23 do mesmo mês. Desta vez o escolhido foi Paul Young que, em meados da década de 80, chegou a fazer parte da elite da pop britânica. Era mais ou menos um Cliff Richard da nova geração que fez bater o coração de muitas meninas.
Natural de Luton, Bedfordshire, destacou-se pela primeira vez como vocalista dos The Streetband no final dos Anos 70. Mais tarde vieram os Q-Tips, projecto vocacionado para a Soul Music que viria a servir de rampa de lançamento para a carreira a solo.
O primeiro álbum No Parlez foi uma grande revelação ao chegar a Nº1 do Top Britânico em meados de 83. Sem perder a indentidade Soul, Paul Young virou-se para sonoridades mais Pop a tocar a New Wave. A fórmula resultou na perfeição com três singles de grande sucesso, Wherever I Law My Hat (mais um Nº1), Come Back and Stay (Nº4) e Love of the Common People (Nº2). Ao contrário de muitos artistas e bandas britânicas que praticamente só foram conhecidos no seu país ou, quanto muito, no resto da Europa, a popularidade de Paul Young foi bem mais longe, especialmente nos Estados Unidos. Seguiu-se uma digressão mundial, a participação no projecto Band Aid e a actuação no Live Aid em 85.
Com um início de carreira bastante prometedor aguardava-se com expectativa o sempre difícil segundo álbum. Na primavera de 85 é finalmente editado The Secret of Association, depois de alguns problemas de saúde terem afectado a sua voz. Mas a espera valera a pena... o segundo álbum foi um digno sucessor de No Parlez. Apesar de ter permanecido menos de metade das semanas no Top Britânico, chegou também a Nº1. Singles como I´m Gonna Tear Your Playhouse Down (Nº9), Everything Must Change (Nº9), Everytime You Go Away (Nº4) e Tomb of Memories (Nº16) tornaram-se grandes êxitos. A popularidade de Paul Young estava, por esta altura, ao nível das principais estrelas da música britânica. Pessoalmente comecei a ouvi-lo por alturas do segundo álbum. Para além de Everytime You Go Away lembro-me particularmente de Tomb of Memories, cujo video passava frequentemente no Top Disco da RTP. Sendo um das minhas músicas preferidas guardo religiosamente o single comprado no Grandella.

2º Álbum - The Secret of Association - 1985

O facto da maior parte do repertório de Paul Young basear-se em versões Soul e R&B, em nada afectou o seu reconhecimento enquanto intérprete de qualidade. Depois de alcançar o topo e se exceptuarmos o êxito de Senza Una Donna (dueto com Zucchero) que chegou ao 4º lugar do Top Britânico em 1991, a carreira entrava agora numa fase menos mediática, melhor sucedida em termos de álbuns do que singles. Between Two Fires (1986) e Other Voices (1990) chegaram ambos à 4ª posição, resultados relevantes quando comparados com os singles que não marcaram presença no Top 20. Apesar de boas canções, Wonderland e Some People não foram além de 24º e 56º lugares, respectivamente. Em 1991, From Time To Time - The Singles Collection entra directamente para Nº1, dos quatro inéditos destacam-se o já referido Senza Una Donna e Don`t Dream It`s Over, original dos Crowded House. Os álbuns que se seguem pautam-se pela discrição, com The Crossing (1993) a registar o melhor resultado no Top Britânico (um modesto 27º lugar) ao longo da década de 90. Melhor só mesmo o single Now I Know What Made Otis Blue, em 14º.
Como já foi referido os problemas relacionados com a voz marcaram a carreira de Paul Young, forçando-o a algumas paragens que, no entanto, não puseram em causa a qualidade enquanto artista. Aquando da deslocação a Portugal a fim de participar nos Globos de Ouro da SIC (há uns anos atrás), de facto, a voz não se encontrava nas melhores condições. Com maior ou menor exposição mediática podemos, com toda a justiça, considerar Paul Young um nome de relevo da Pop-Soul dos Anos 80. Para terminar, deixo-vos com o video de Come Back and Stay...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A minha Playlist do momento...

Com o Outono à porta a minha Playlist renova-se mas mantem-se alternativa e muito rockabilly. Novas músicas surgem sem esquecer as das Playlists anteriores. Alguns nomes repetem-se, com outras músicas claro, como os 1990s e The Long Blondes da 2ª (Agosto) ou os Kaiser Chiefs e Maximo Park da 1ª (Junho). Uns mais conhecidos que os outros, mas todos exemplo de como a oferta é variada. O pop/rock da actualidade está de boa saúde, uma lição para todos aqueles que, de tempos a tempos, vaticinam o seu fim. A maioria dos visitantes deste blog (com algumas excepções) vem em busca dos 80s, mas esta é uma boa altura para ficarem a conhecer outras sonoridades que, vendo bem, não andam assim tão longe do que se fez no final de 70s, inícios de 80. Até à proxima Playlist de Dezembro...

    • 1990s - " You're Supposed To Be My Friend "
    • Jack Peñate - " Second Minute Or Hour "
    • Kaiser Chiefs - " The Angry Mob "
    • Late of the Pier - " Bathroom Gurgle "
    • The Dead 60s - " Stand Up "
    • The Long Blondes - " Giddy Stratospheres "
    • The Pigeon Detectives - " Take Her Back "
    • The Wombats - " Let's Dance to Joy Division "
    • The Young Knives - " Terra Firma "
    • Maximo Park - " Girls Who Play Guitars "

    Desta vez o video escolhido foi Stand Up dos The Dead 60s

    sexta-feira, 5 de outubro de 2007

    Eurovision Song Contest: " Algumas considerações... "

    Andava já há algum tempo para escrever sobre o Festival da Eurovisão da Canção e falar da presença portuguesa nos Anos 80. Tendo em conta que o nosso país padece do " Mal do Eurofestival ", fruto dos sucessivos desaires ao longo de mais de quarenta anos, achei por bem falar primeiro sobre as razões que estão na origem deste mal e deixar para mais tarde um post dedicado à participação lusa na década de 80.
    As primeiras memórias que guardo do Eurofestival remontam ao início dos Anos 80 com José Cid. Nessa altura o evento já não mexia com o povo português como nos primeiros anos, mesmo assim, ainda era um acontecimento que juntava as famílias Sábado à noite em frente à televisão para ver se era desta que ganhávamos. Lembro-me particularmente do ano de 1989, em que os nossos representantes foram os Da Vinci, e de todo o frenesim à volta de " Conquistador " (tema já aqui falado no post de 7 de Janeiro). Não me lembro de uma música que tenha reunido tanto consenso como a daquele ano. Mas, quanto mais se sobe maior a queda e não fomos além do 16º lugar. A música era perfeita para o Eurofestival mas esqueceram-se de cantá-la em inglês.
    Apesar da descrescente popularidade ao longo da década de 90, alcançaríamos a melhor posição de sempre precisamente em 96 com Lúcia Moniz, quando nada o faria prever. Depois disso foi para esquecer. É sobre este nosso mal crónico que também já começou a afectar outros países com tradição vencedora da Europa Ocidental e Central, que escrevi o seguinte:

    A última edição do Eurofestival veio confirmar a hegemonia dos artistas da Europa de Leste e o declínio dos países que, até há bem pouco tempo, disputavam as posições cimeiras deste evento.
    Esta tendência tem vindo a acentuar-se nos últimos anos se considerarmos os cinco primeiros classificados, de 2000 a 2007:
    • Países da Ex-URSS e Europa de Leste – 15 Top 5
    • Países dos Balcãs e Mediterrâneo Oriental – 13 Top 5
    • Países Nordicos – 7 Top 5
    • Países da Europa Ocidental e Central – 5 Top 5
    Se é verdade que os países da Europa Ocidental e Central já não olham para o Eurofestival como alavanca impulsionadora de carreiras, não é menos verdade que a invasão do Leste alterou as regras pelas quais o Eurofestival se regeu durante quatro décadas. Regras estas que não passam apenas pelo apuramento de um maior número de países, mas também no evelar do patamar quanto à organização do evento, sem esquecer as mega-produções e performances dos artistas de Leste, que os do Ocidente parece não terem pedalada para acompanhar.
    Como é que é possível que Portugal, país participante desde 1964, não tenha conseguido melhor que um 6º lugar em 1996, quando países como a Rússia, Estónia e Letónia chagam regularmente aos primeiros lugares? Nos Anos 80 tinhamos boas canções pop cantadas em português, sem resultado. Mais recentemente fez-se a experiência de cantar em inglês... ficámos aquém na performance. Quando é que, de uma vez por todas, aprendemos a cantar em inglês e a fazer uma performance que não nos envergonhe? Não estará na altura de repensar os moldes em que tem sido feito o apuramento e concentrarmos esforços em apenas um artista, de forma a dar-lhe as condições necessárias para ter hipóteses de fazer boa figura lá fora?
    Em vem de nos lamentarmos e dizermos que o Eurofestival já não interessa, porque não pensar fazer melhor e procurar adaptarmo-nos a uma nova realidade? Queremos ficar desactualizados e sem reacção perante o que nos chega do Leste? É preciso não esquecer que à pouco mais de 15 anos estes países ainda estavam por detrás da cortina de ferro! Não estaremos perante o eterno problema cultural de falta de competitividade?
    Estamos a perder terreno para quem há pouco tempo chegou ao palco da Eurovisão e aprendeu mais em dez anos do que nós em quarenta. Temos o exemplo da concorrente da Ucrânia em 2004: antes do festival já tinha percorrido quase toda a Europa (Portugal incluído) para promover o tema " Wild Dances ". Os resultados estiveram à vista e Ruslana acabaria por vencer nesse ano.
    Quem nos dias de hoje está interessado num Eurofestival realizado em pequenos auditórios onde a assistência mais parecia estar numa cerimónia de gala? Este foi o modelo do Eurofestival do passado, que teimosamente recordamos mas que nunca nos levou muito longe. Artistas para consumo interno não vingam lá fora. Está na altura de aprender com o que vem do Leste, sem renegar à nossa identidade.
    Quando, na edição de 2006, os LT United da Lituânia gritaram bem alto “ We are the winners of Eurovison “, respirou-se confiança e atitude. Este é o espírito reinante a Leste e apesar de terminaram apenas em 6º lugar, não passaram despercebidos. Protagonizaram a diferença e inovação que se impôs definitivamente na Eurovisão nos últimos anos. A Leste tudo de novo!


    * A referência a " boa música " ou " música perfeita " para o Eurofestival em nada tem a ver com qualidade da mesma. Significa antes encontrar o registo certo (quase sempre pop), já para não falar de outros interesses.