quinta-feira, 22 de novembro de 2007

The Killers e Bloc Party frente a frente!

Depois de Duran Duran Vs Spandau Ballet, Dare! (Human League) Vs Vienna (Ultravox) e Pet Shop Boys Vs a-ha, O Eléctrico 80 apresenta o primeiro frente a frente de duas das bandas mais importantes da actualidade, The Killers Vs Bloc Party, que disputam o mesmo campeonato e que, em Portugal, só não são mais conhecidas do grande público devido às limitações do mercado discográfico nacional, motivados por interesses quer de editoras, quer de rádios as quais não querem correr riscos, apenas apostando no facilitismo de vender música comercial. Tudo isto devido ao facto das editoras venderem cada vez menos música por causa da pirataria, o que as leva a arriscar pouco no que respeita à revelação de novos talentos, preferindo canalizar esforços para o que parece estar garantido. Esta fórmula fácil, partilhada pelas rádios, faz com que outras sonoridades permaneçam fora do alcance da maioria dos portugueses. É fácil dizer-se que não se gosta de determinada música só porque está conotada de alternativa, quando a definição de alternativo só é impeditivo de sucesso comercial em Portugal. Como já uma vez referi, diz-se que não se gosta do que não se conhece e não se conhece porque não é divulgado. No Reino Unido a música dita alternativa disputa as tabelas de vendas ao lado de artistas mainstream, prova da abrangência a abertura do mercado a outras realidades, diga-se sonoridades. Lá o conceito alternativo encontra-se mais esbatido e não está associado apenas a um grupo de " carolas " que seguem um estilo musical diferente do da maioria, que vão a festivais, que apenas ouvem a única rádio alternativa que existe em Portugal. Infelizmente é a triste realidade do nosso país mas como o post é sobre os Bloc Party e os The Killers, e depois deste aparte, é deles que vamos falar.
Com já referi são duas bandas importantantes do rock da nova geração, perfeitamente estabelecidas, cujo potencial perspectiva um futuro promissor. Se há nomes que logo à partida não passam de fenómenos efémeros, penso não ser o caso dos Bloc Party e dos The Killers. A carreira destas bandas apresenta alguns pontos comuns, como o facto de ambas terem editado dois álbuns, em que os últimos tiveram um acolhimento menos entusiástico pela crítica relativamente aos primeiros. As preocupações artísticas são também uma imagem de marca, ao nível dos membros da banda nos caso dos The Killers e das excelente execuções gráficas das capas dos singles dos Bloc Party. Em Portugal, por exemplo, A Weekend In The City, o segundo álbum dos Bloc Party esteve longe dos elogios do álbum de estreia Silent Alarm, situação bem diferente da do Reino Unido onde a crítica considerou A Weekend In The City, igualmente, como um excelente trabalho.


Começando pelos de The Killers... naturais de Las Vegas, formaram-se em 2002 por Brandon Flowers (vocalista e teclados), David Keuning (guitarra), Mark Stoermer (baixo), e Ronnie Vannucci (bateria). Quer a nível de sonoridade quer de imagem foram até ao primeiro álbum Hot Fuss, de 2004, uma banda New Wave com um grande sentido de estilo, na linha dos seus compatriotas The Bravery. Eram mais ou menos como uns Duran Duran da nova geração e muito mais próximos do Reino Unido do que do seu país natal. O álbum de estreia foi um sucesso e vendeu mais de cinco milhões de cópias. Os singles Somebody Told Me e Mr. Brightside tiveram aceitação imediata. Mas Hot Fuss não se fica por aqui e temas como Smile Like You Mean It, All These Things That I`ve Done, Change Your Mind ou Midnight Show são igualmente merecedores de destaque. Quanto ao segundo álbum Sam`s Town, de 2006, houve uma tentativa de americanizar a sonoridade. Mais ambicioso e épico, são notórias influências do período em que os U2 se estabeleceram na América. Apesar da banda afirmar que não faz música para os gostos dos americanos, e isso poderá ser válido para o primeiro álbum, já no segundo existe uma evidente aproximação a clássicos como Springsteen. O próprio nome do álbum não deixa margem para dúvidas bem como todos os pormenores relacionados com o trabalho artístico da capa, com fotos do deserto a fazer lembrar a paisagem quando se abandona a terra natal da banda, Las Vegas. O destaque imediato vai naturalmente para os singles When You Were Young e Read My Mind, cujo magnífico video curiosamente não tem nada a ver a América. Filmado em Toquio é provavelmente um dos videos mais visionados do YouTube. A conferir também os temas Sam`s Town, Bling (Confession of a King), For Reasons Unknow ou Bones.


Quanto aos Bloc Party, que curiosamente são um pouco menos populares no Reino Unido do que os The Killers (em Portugal passa-se precisamente o contrário, facto ao qual não terá sido alheio a passagem da banda britânica, por duas vezes este ano, pelo nosso país), formaram-se em Londres, em 2003. Fazem parte da banda o vocalista Kele Okereke (o carismático vocalista de voz ácida, que também toca guitarra), Russel Lissack (guitarra), Gordon Moakes (baixo/voz) e Matt Tong (bateria). Primeiro denominaram-se Angel Range, depois Union, mudaram em 2004 para Bloc Party. Tornaram-se conhecidos quando Kele Okereke enviou uma demo aos Franz Ferdinand, que os convidou a tocar na festa de aniversário da Domino Records (editora de Franz Ferdinand e Artic Monkeys, entre outros). Quando comparados com os The Killers, os Bloc Party são uma banda assumidamente mais rock (na sua vertente alternativa). As influências vão desde os Gang of Four, The Cure até Sonic Youth, sem esquecer Joy Division. De forma a refrear a sua vocação punk-rock e chegar a um público mais vasto souberam encontrar a fórmula equilibrada entre guitarras salientes e música de contornos pop, revelando desde cedo evidentes preocupações artísticas nomeadamente no que diz respeito à busca de uma uniformidade estética para as capas dos singles, site, lettering do nome da banda, etc. De facto a fórmula resultou e depois de um primeiro EP, em 2004, é finalmente editado o álbum de estreia Silent Alarm no ano seguinte. A crítica recebeu o álbum com entusiasmo, tendo sido considerado um dos melhores desse ano. Destacaram-se os singles So Here We Are e Banquet, este último utilizado até à exaustão na campanha publicitária da Vodafone, sendo a música mais popular da banda. Para além dos singles principais, fazem parte de Silent Alarm excelentes temas como Like Eating Glass, Helicopter, Blue Light ou This Modern Love. Outro single popular é Two More Years, que fez parte de Silent Alarm Remixed (versão japonesa) bem como de algumas compilações indie. Passando agora a Weekend In The City... mais pesado e negro o segundo álbum dos Bloc Party não foi tão consensual no que respeita à crítica (pelo menos em Portugal), apesar de mais ambicioso no tema e na sonoridade. Trata-se de facto de um álbum conceptual que fala de temas como a solidão e o desânimo nas grandes urbes (mais concretamente Londres). Enquanto Silent Alarm é de um rock mais contido, A Weekend In The City explora mais as guitarras. Exemplo disso é a faixa de abertura Song For Clay (Desappear Here), que apresenta uma sonoridade muito próxima do rock épico dos Muse. O single de apresentação ficou a cargo de The Prayer, seguido de I Still Remember e Hunting for Witches, ambos grandes sucessos. Realce também para o já aqui referido Song For Clay e também para Waiting for the 7.18 e Sunday.

Depois do lançamento dos segundos álbuns que, apesar da crítica menos favorável, estão a aguentar-se muito bem no mercado, prova de que a crítica em grande parte precipitada acabou contrariada pelos gostos do público, ambas as bandas não dão mostras de quererem parar. Os The Killers lançaram recentemente Sawdust, compilação de lados B e outros extras, onde se destacam o inédito Tranquilize (dueto com Lou Reed) e a versão de Shadowplay dos Joy Division. Trata-se essencialmente de uma peça de colecção para fãs e entusiastas da banda e que servirá para manter os The Killers à tona no período entre os esgotamento de Sam`s Town e o lançamento do terceiro álbum.
Já os Bloc Party acertaram em cheio com Flux, o seu mais recente single, que à partida parece ter reunido o consenso da crítica, a fazer lembrar os tempos de Silent Alarm. A sonoridade de Flux é mais dançável e faz lembrar Two More Years. A ver vamos o caminho que a banda vai seguir no próximo álbum, cuja data ainda não foi anunciada oficialmente. Para terminar, deixo-vos com os videos Read My Mind do The Killers e I Still Remember dos Bloc Party.



1 comentário:

We Want Revenge disse...

Rock PartiesMais um mês mais uma grande festa!

We Want Revenge on fire!!!

The Killers Party, uma festa onde o próprio Brandon Flowers e companhia não desdenhariam aparecer, este sábado, 6 de Junho, no Bar do Século, onde a combinação entre o RocK, Pop, Disco e Glam vai nos correr pelas veias até às 3 da manhã!

Antecipando o verão e seus festivais, vamos homenagear umas das mais aguardadas estreias em Portugal, numa festa que promete ficar para a história da capital, onde não vão ser esquecidos todos os artistas que adoramos e que nos virão visitar esta estação como os TV On The Radio, Placebo, Franz Ferdinand, entre outros com novos álbuns: Metro Station, Tiga, White Lies, AC/DC e muito mais...

Começa às 22 horas com direito a uma bebida para quem aparecer antes das 23h30!!!

Vejam no Blog como entrar a metade dos 3Kills de ajuda, foto reportagem da Depeche Mode Party, o nosso novo artista gráfico e mega evento no Ultimate Frisbee, no Meco, de 18 a 21 de Março.



Apareçam, divulguem e tragam amigos!

Até Sábado

wwrevenge.blogspot.com

Rock Partys