segunda-feira, 23 de julho de 2007

The Human League na Praça do Comércio a 4 de Agosto!

Depois de terem actuado em Junho passado no Hotel Farol Design em Cascais, os The Human League regressam a Portugal para um concerto integrado no Festival Oceanos, a decorrer na Praça do Comércio, em Lisboa, no próximo dia 4 de Agosto (entrada gratuita). É mais uma oportunidade para vermos uma das mais emblemáticas e representativas bandas da pop electrónica do início dos Anos 80. Falemos um pouco deles...
Se do cruzamento dos The Sex Pistols com os Chic resultaram os Duran Duran, como os próprios gostam de afirmar, os The Human League terão nascido da fusão dos Kraftwerk com Eno (até 1980) ou com os Roxy Music e Bowie nos anos seguintes.
Naturais de Sheffield, formaram-se em 1977 e desde cedo seguiram uma linha electrónica experimentalista, tendo editado os álbuns Reproduction em 1979 e Travelogue em 1980, ambos com passagem discreta no Top Britânico. O single Empire State Human do 1º álbum é hoje a música mais representativa deste período, pese o modestíssimo 62º lugar.
Mas em 1981 tudo muda com a álbum Dare!. Considerado ainda hoje como um dos mais importantes e representativos álbuns de Synth Pop, quebrou em parte com o experimentalismo dos primeiros tempos imprimido pelo vocalista Phil Oakey, ao dar à música electrónica visibilidade mainstream. Os ritmos frios da electrónica analógica eram agora aquecidos com melodias e, também, com as vozes dos novos elementos Susanne Sulley e Joanne Catherall. Dare! é daqueles álbuns que transformam bandas praticamente desconhecidas em bandas de referência e, sem ele, os The Human League não seriam o que são hoje.
O single Don´t You Want Me chega ao 1º lugar das tabelas de vendas britânica e norte-americana tornando-se num mega-sucesso, a mesma posição alcançada por Dare! (Top Britânico) e temas como The Sound of the Crowd, Love Action e Open Your Heart tornam-se também grandes êxitos. Mas a pérola esquecida de Dare! aparece logo no início do álbum é dá pelo nome The Things That Dreams Are Made Of.
No ano seguinte é editado Love and Dancing, um álbum com versões instrumentais baseado nas músicas de Dare!, remisturadas e produzidas por Martin Rushent.
O sucesso de Dare! dava para tudo até para recuperar com sucesso um tema quase esquecido do 2º álbum Travelogue, Being Boiled. Em 83 é lançado o EP Fascination! com os singles Mirror Man e (Keep Feeling) Fascination, ambos a chegarem a nº 2 do Top Britânico.
Com Dare! a assumir-se, quase, como o disco de estreia, o álbum seguinte não teria vida fácil. O sempre difícil 2º álbum, neste caso, 4º de originais Hysteria de 84, desapontou bastante. As coisas não correram bem desde o início: dois produtores abandonaram o barco e temas como o rockeiro The Lebanon, Life on Your Own e Louise tornaram-se êxitos menores.
À margem dos The Human League, Phil Oakey parte parte para um novo projecto em parceria com o produtor Giorgio Moroder. Do álbum Philip Oakey & Giorgio Moroder de 85, há a destacar o famosíssimo Together in Electric Dreams, tema da banda sonora do filme Electric Drems, frequentemente tocado pelo grupo em concertos.
Em 1986 são recrutados os produtores R&B Jimmy Jam e Terry Lewis para o novo álbum Crash. Com uma sonoridade em sintonia com os novos ritmos de dança, Crash não se sai mal nos Estados Unidos, onde o singles Humam chega ao 1º lugar. Em Inglaterra o sucesso de Human é ligeiramente menor (8º lugar), mas os singles I Need Yout Loving e Love Is All That Matters ficam-se por posições bastante modestas.
Em 1990 os The Human League atravessam um período bastante incaracterístico, à semelhança de muitas bandas da sua geração que parecem não saber que rumo seguirem, fruto da mudança dos tempos. Em situação idêntica encontravam-se os Duran Duran.
Romantic?, considerado a par de Secrets como os álbuns mais podres da banda falha o Top 20 e o single Heart Like a Wheel não consegue melhor do que um 29º lugar. Pessoalmente gosto bastante da música Soundtrack to a Generation.
Teríamos de esperar quase cinco anos por novo disco até que é lançado Octopus. Com uns The Human League a recuperarem a sonoridade Synth Pop que lhes deu crédito, Octopus é o melhor álbum depois de Dare!. A banda recupera algum do fôlego perdido, obtendo resultados bastante satisfatórios. Quer o álbum quer o single de apresentação Tell Me When chegam ao 6º lugar. These Are the Days é uma boa música, mas é na terceira faixa que se encontra a pérola do álbum One Man in My Heart. Filling Up with Heaven fica-se por um modesto 36º lugar.
Por último temos Secrets, já no novo milénio. Depois de Octopus esperava-se mais mas, o mais recente trabalho da banda não teve argumentos para se impor tornando-se no álbum com pior desempenho de sempre nas tabelas de vendas. Um ligeiríssimo destaque para o single All I Ever Wanted e pouco mais. A ver vamos o que nos reserva o próximo álbum. Os The Human League podem dar-se ao luxo de viver do repertório passado e matéria-prima para concertos não falta, mas todos gostaríamos de os ver regressar aos discos com o espírito dos bons velhos tempos. Deixo-vos com o video de Open Your Heart.

4 comentários:

Strumer disse...

Apesar de não os "ter vivido" gosto bastante destes rapazes. Pena não puder estar presente neste concerto..tenho mt curiosidade..;)

AlémTejo100Lei disse...

como é q entro em contacto ctg sem ser por aqui para falarmos da compilação antónis na praia?

João Maria

Anónimo disse...

Gostei muito de vê-los a actuar...
Mereciam um público melhor, apesar de terem dito bem do mesmo.

*boy

PS: Acho que alguém deveria aprender a dançar... :)

BV disse...

Também gostei basteante. Para ser sincero as minhas expectativas apontavam para um desastre total (atendendo ao tipo de público que poderiaria estar presente) ou para uma performance bem sucedida, que foi o que aconteceu. Contrariamente aos meus piores receios o público não afecto ao The Human League não se portou mal, respeitando dentro dos possíveis, a performance da banda.
Espero, brevemente, fazer um post sobre o concerto com algumas fotos tiradas pelo Nuno, grande fã dos The Human League e dos Duran Duran...